Viajante!

Apenas encontrará o que procura nos meus domínios caso esteja ligado com o que mais desconhece sobre si.



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Nascimento de uma Nova Vontade!


Andei pelos caminhos da vida e não me encontrei. Dentro de uma pesada armadura lutei pra sobreviver. Cansei! Vaguei por sombras perdidas em noites despidas procurando minhas verdades em desejos perdidos. Dialoguei com isso que me constitui. Minha consciência clamou por equilíbrio. Os dilemas da consciência são os mais difíceis a se resolver. Mergulhei profundo, abracei o conflito! Livrei-me, mas não me libertei. Larguei a armadura que entortava minhas costas. Desisti do escudo que marcava meu braço e tatuava minhas algemas. Saí das sombras do meu próprio esquecimento.   Apareci na luz do sol possuindo apenas a espada. Brandi ao alto o nascimento de uma nova vontade! Quanto ainda tenho que construir.  Descobri que a melhor defesa é o melhor dos ataques a que possa investir. Não é no isolamento, mas no contato em que mais nos protegemos. Se expor é preciso assim como navegar é preciso!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Segundos Derretidos

Qualquer tônico que me de força, qualquer raiz que traga alegria, um colo doce que produza esperança, um lugar que traga energia. Sangue em minha porta, chuva na janela, mensageiro sem resposta sobre a morte certa. Passos bem distante, uivos congelante, vem andando lentamente, uma alma deprimente. Sangue! Sangue! Silêncio. Passos bem distante, trovoadas alucinantes, dor, gritos, sussurros, ventos delirantes. Boca seca, olho ardente, sente o corpo estridente, cheiro azedo de si mesmo. Passos bem distante, chuva em minha porta, sangue na janela. Pinga morte, pinga sorte, pinga corte pela guela, pinga forte na janela. Brilha corte, brilha sorte, brilha morte pela guela.  Passos bem distante, tic, tac, tic, tac, abre a cena, traz a vela, queima a cara, queima a tela, queima ela! Pinga! Pinga! Silêncio, queima àquela!

domingo, 5 de junho de 2011

Na Janela da Sua Alma



Você sumiu, me procurou num momento que mais precisava, súbita e inesperadamente, você me procurou, mesmo sem saber que precisava, assim como a maioria dos nossos encontros, força de uma loteria onde a sorte era só nossa. Você me procurou como um anjo na calada da noite, em plena mudança, chegou e logo após sumiu. A sua visita dizia que esperava respostas, mas sumiu sem deixar rastros, contatos, sem ao menos uma única via de comunicação. O que restou? Um pano branco manchado dos seus sentimentos, uma janela de onde o mundo parou. Era mesmo um anjo, que de passagem em sua missão me encontrou e encantou e num estalo evaporou? Procurei, juro que procurei. Retornei mil vezes a janela esperando que o mundo retomasse sua vida, seu movimento. Mas foi em vão. Fiquei onde estava. Incrédulo. Escrevi nas paredes do nosso ultimo cenário como quem deixa pistas, migalhas de um biscoito saltitante, e acreditei a cada segundo que você desceria novamente do céu em que se encontra. Onde estará? Como estará? Ainda acredito que descerá! Quem sabe em um ano, quem sabe em dez? Enfim, te espero na próxima esquina, na próxima virada, no próximo ponto e espero não lhe deixar escapar tão fácil e subitamente.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Associação Não Tão Livre

Respire! Sinta o movimento da terra, desconecte-se de todo barulho dentro e fora de você. Focalize-se num ponto mais seguro dos seus pensamentos, evoque a melhor imagem que tem, a que lhe transporta como um poderoso fetiche para um lugar só seu. Plante uma corda amarrada num balão. Lance este as zonas mais conturbadas de sua mente, no centro da sua tempestade de pensamentos. Sinta o movimento sem se desconectar de nenhum dos pontos. Ande e flutue ao mesmo tempo. Você pode! Note que sensações essa experiência lhe traz, como seu corpo reage, sua respiração, seus batimentos, sua pulsão. Perceba como ela oscila, em que velocidade. Cada figura de pensamento, cada montagem da imaginação. O que é mais evocado, o que pede satisfação, o que lhe causa dor. Calma! Você está seguro, está conectado, amarrado em seu melhor pensamento, lembra? Não se intimide pela força do furacão, não recrimine o estado de atração que sua pulsão encontra-se a cada vez que encontra alguma imagem. Os pontos de energia que vão surgindo, pouco a pouco, bem como sua vibração são os afetos ligados as suas imagens. Transforme essa energia em seu próprio corpo. Absorva sem dar qualquer origem a eles. Contraia-se, exploda-se em milhares de pontos de energia que caem como a neve em seu porto seguro. A tempestade irá passar e perceba lentamente que você não saiu do lugar. Olhe as imagens que caem iluminadas por toda energia dissipada. Olhe cada uma dela e lhes atribua novos significados, mude as polaridades das energias como quiser e puder! Libere sua pulsão, desamarre a corda e acorde!

O que você vê nessas imagens que se seguem?

















domingo, 10 de abril de 2011

Antigo Texto



Jonnatan ainda corre desesperadamente até sua mansão do lado nobre na cidade, seu cavalo foi envenenado, seu cocheiro morto e por milagre dos santos ele ainda está vivo. Ele corre muito e ainda muito confuso com tudo que está acontecendo, nunca em sua vida havia feito se quer um ato de suborno, nenhum ato que prejudicasse a Inglaterra, no entanto, provas foram postas em sua frente, às duas horas passadas ainda não entraram na mente de Jonnatan, o que pode ter acontecido? O que? Ele pensa.
Ofegante ele chega a sua Mansão, adentra a grande porta da frente e sobe rapidamente as escadas, sua intenção agora é fugir, é apenas o que a sua mente assustada pensa, ao entrar no quarto, gritando sua esposa, Lílian, quando ele a vê, prestes a se enforca, rapidamente ele pula e a segura a tempo, gritando o nome dela em desespero, mais ela está inerte, não morta, apenas em desmaio, ele nota que as suas vestes estão rasgadas, sinais de violência, ele se levanta querendo entender o que está acontecendo, olhando para os lados e com as mãos na cabeça ele vê uma possibilidade que o consome, o relógio do seu melhor amigo e sócio, Bryan, e a janela aberta, agora tudo faz sentido para Jonnatan, as falsas provas plantadas contra ele, a tentativa de assassinato, tudo fazia sentido. Jonnatan abre seu armário e pega a sua espada e sai já sabendo o que deve ser feito.
Percorrendo as ruas escuras e desertas ele chega até a taverna que Jonnatan sabia que poderia encontrar Bryan, e só de pensar na expressão irônica de Bryan como se nada acontecerá incita um ódio tão grande em Jonnatan que o próprio sente as fortes batidas do coração.
Jonnatan avista Bryan, ao entrar na taverna, Bryan vê o velho amigo, e vem em sua direção com um sorriso, sorriso esse que faz Jonnatan explodir de raiva e sem dar nenhuma palavra lança um golpe de sua espada contra o peito de Bryan que olha para Jonnatan surpreso, o sangue escorre pela espada de Jonnatan e começa a sujar o chão da taverna e escorrer até os pés de Jonnatan que vê Bryan soluçar e morrer lentamente.
Jonnatan se ajoelha, não sabe como aquilo foi acontecer, toda a sua vida passa como um raio em sua cabeça, cavalos se aproximam, os guardas prendem Jonnatan, mais a sua honra está lavada.
Meses depois nas masmorras do castelo imperial, hoje usado como prisão para aqueles que a Inglaterra quer esquecer, Jonnatan encontra-se largado, no fundo da sua cela, ele ainda lembra das horas que mudaram a sua vida. Ainda confuso e desolado, um raio de luz afasta momentaneamente a escuridão da masmorra, dois guardas entram e, rispidamente, arrastam ele para fora.
Jonnatan não imagina para onde está indo, será que iram me executar? Seria melhor, ele pensa. Eles o levam até uma sala onde à duas cadeiras e uma mesa, eles mandam Jonnatan sentar, ele começa a ficar preocupado.
Lílian adentra a sala em um vestido branco, bordado, decorado em perolas, depois de todos esses meses eles deixaram ela me ver, pensa Jonnatan, uma faísca de alegria cresce no peito dele, ela se senta e com um sorriso tão irônico quanto tudo aquilo que ele havia passado, e bem calmamente ela começa a contar como foi fácil colocar todas aquelas provas e lhe dar parabéns pela fuga da tentativa de assassinato ou de como foi fácil forjar o estupro e fazer com que ele matasse o melhor amigo, e ao final agradece todo que ela conseguiu, antes de sair, ela lhe dar um frasco, veneno da índia, e deixa a sala os risos.
Jonnatan agora é apenas desespero, os guardas o levam a sua cela, ele está sem forças, ele pensa que talvez ela esteja certa, que o melhor para ele agora é a morte, ele visa o veneno e toma quase em um gole. Jonnatan senta-se esperando a morte, quando olha as paredes da cela e avista um menino, cabelos negros, grandes e lisos, sentado com a cabeça entre as pernas, o que é incrível é que Jonnatan não se assusta, é como se ele já o esperasse, Jonnatan olha para baixo e o garoto pergunta se ele quer vingança... Jonnatan faz um sinal positivo com a cabeça e morre.

sábado, 19 de março de 2011

Na Lente do Seu Telescópio


Na sombra desse olhar, 
atento olhar, 
mirando eu enorme corpo,
 boiando no infinito e negro céu,
 carimbado de milhares pontos reluzentes.
Reflito a luz que me banha sobre o mar,
 um pequeno ponto brilha a me encontrar,
 seus olhos castanhos a ajustar,
lentes poderosas a melhor vislumbrar.
 Mas o tempo,
 as nuvens e o vento a ciumar,
 atrapalham o meu banhar e hoje por ti,
 furtivo,
 tento encontrar uma brecha a que possa me mostrar,
 gigante que sou,
 apenas a ti e o fundo desse olhar.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Seguro de Mim Mesmo.



Sentado. Calado. Pontuado nos poucos metros que posso ocupar. Criei meu universo, meu paraíso cercado do mundo. Porque a margem do que somos sempre construímos barreiras? Velcros divisores de espaço? Digo nós porque além de visar os muros que crio e criei, a todo lado que olho vejo paredes de diversas formas, onde há nelas o suor daqueles que se empenham a erguê-las. Parece-me característico da humanidade. A capacidade e o desejo de criar muros. Ora, se o que caracteriza a sociedade é o fato de estarmos juntos, porque desejamos impor aos outros barreiras e muros? Empecilho para um outro. Pergunto-me, no meio desse paradoxo, o que nos une? Pois bem. Criamos todo tipo de barreiras. Separamos o público e o privado.  No privado fazemos aquilo que não queremos que o público saiba. Isolamos o espaço com muros e barreiras. Parece que quando passamos do público para o privado estamos fugindo de algo. Algo que não podemos mostrar. Nos isolamos e com a segurança de não estar na miram da ciência pública. Do que fugimos, afinal? O que pode caracterizar uma ação como própria do foro íntimo? O que fazemos quando ninguém vê é parte do mundo ou do mundo que criamos? Fugimos da vida pública. Do mundo comum, partilhado entre várias cabeças. Adaptar-se não seria possível caso não possuíssemos a capacidade de fugir da realidade consensual ou concreta. Criar fatias de tempo e espaço, milimétrica e matematicamente precisos. Fazer aquilo que apenas naquela condição, naquele momento, naquele espaço, com aqueles espectadores. Mostrar-se em seu próprio mundo de forma inteira ou limitada que não caberia caso fosse de outro jeito. Vivemos em sociedade fugindo constantemente do outro. Mas como somos relação e o outro somos nós assim como nós somos o outro. Fugimos de nós mesmos. Delimitamo-nos a nossa existência e ao nosso privado momento de exercer a nossa liberdade. De muitas formas, é claro, com tantas conseqüências quantas não podemos contar. Mas acima de tudo, exercemos esse impulso de saciar os próprios desejos. Tememos a nós mesmo, enquanto nós e enquanto o outro e todo o pensamento que pode gerar. Muros, paredes, espaços e tempos. Tempos não, momentos! A cada acesso que temos nos diferentes espaços tentamos desesperadamente fugir de nós mesmos, fugir do outro, estar seguro de mim mesmo.

terça-feira, 8 de março de 2011

Tarde de Outubro



Peguei minhas coisas fui embora
Não queria mais voltar
Eu nunca quis presenciar o fim
Há dias que os dias passam devagar
Tudo se foi nada restou pra mim
Por isso estou aqui agora
Vou embora sem pensar
No que ficou pra começar ali
Mas eu só tinha algumas horas pra voltar
Tudo se foi, nada restou pra mim

São coisas que somente o tempo irá curar
Se for para nunca mais te ver chorar
São coisas que somente o tempo irá curar
Se foi tudo vai passar
Peguei minhas coisas (peguei minhas coisas)
Não queria mais voltar
Eu nunca quis presenciar o fim
Há dias que os dias passam devagar
Tudo se foi, nada restou pra mim

São coisas que somente o tempo irá curar
Se for para nunca mais te ver chorar
São coisas que somente o tempo irá curar
Se foi tudo vai passar
Tudo vai passar
Tudo vai passar

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O renascer de uma nova vontade!


O mundo se ergue contra mim, contra nós filhos do caos.  A vida podre nos impele ao delito, mas que delito? Se tudo que faço é olhando as estrelas e pensando na infinitude desse nada que somos nós!?  Quero beber os mares da vida, quero ir para o oeste quando o vento está leste. Navegar numa linda universal cheia de encantos, mas o mundo, aquele que criamos, não é assim. A correnteza nos desafia ao impossível, sem ouvidos, sem fala, só o ódio nos move de encontro a todo abismo. Invoco do fundo de m’alma todos os guerreiros que passaram sobre a terra. Lanço-me ao puro veneno. Rufem os tambores! Gritem! Para todos aqueles que chegaram aqui, deixem toda a esperança e paz. É tempo de guerra! O mar manchado de sangue. Oh! Demônios, lacerem meu espírito e a minha carne, destruam meu coração, pois não há lugar para coisas tão banais nos tempos que seguem. Que a vida seja o cravejar das unhas na essência do lorde Keen e o fogo alimente nossa Vontade de Potencia!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

História Sem Fim

Sempre pontual. De todos, ela era a que chegava no horário combinado e já estava acostumada a olhar o ambiente a espera dos atrasados. Chamava atenção onde estava, moça linda, cachos dourados, sentada sozinha num café expresso. Via todo salão de piso vermelho com poucos móveis e varias salas. Não ficava nem um pouco contente com aquela espera, mas aprendeu a respirar e esperar. Que saco! Pensava. Apenas uma única vez eles bem que poderiam chegar no horário marcado. As pessoas iam chegando ao salão, ao que parece, haveria ali um colóquio de filosofia, trabalhos que falavam de Kant e Nietzsche. Como conciliar esses dois pensamentos? Pensava alto em frente a um cartaz. Os dois são críticos da sua época, ouviu dizer uma voz masculina as suas costas. Virou-se com um sorriso já conhecido, finalmente um deles chegará. Abraçaram-se demoradamente. Ela faz uma birra por ter esperado, ele uma piada e no intervalo de uma coisa e outra ouvem um grito. A artista invade a sala com passos de balé. Finalmente, ela pensa, estão todos aqui, finalmente, ela diz, não dava pra demorar mais um pouquinho não? Diz num tom irônico de quem quer arrancar constrangimento. Desculpa, é que tava num ensaio e o protagonista não tava acertando nada. Tudo bem, e ai? Vamos? A artista trazia consigo duas malas grandes que prontamente foram pegas pelo cavalheiro que as acompanhava. Sentaram numa mesa. E ai? Como estão? Que tem feito? Nenhuma nova novidade, só que minha filha ta em conflito com a mãe e eu que estou no meio que sobro. Risos arrancados das duas belas moças. É assim mesmo, sempe soube que seria assim. E você? Como estão os filhotes e o marido. Os filhos dando trabalho e o marido na mesma, focado no trabalho, diz com uma penumbra no rosto de quem não esta agradada. Estou fazendo peça nova com um grupo lá no centro, quando estrear quero vocês lá. Com certeza! Mas e aquele lance? Não deu certo, ela era muito careta, tudo me julgava. Os dois olham pra artista que expressa desanimo nas sobrancelhas, eles sabiam que aquilo não era nada bom, ela não tinha muita sorte no amor. E ai? Não vamos perder mais tempo, vamos logo, disse com aquele sorriso brilhante e um olhar faceiro, já basta o tempo que esperei aqui. Pegaram as malas e saíram, foram a um banheiro e trocaram as roupas. Elas vestiram-se de concubinas francesas, ele de fraque a moda antiga, saíram rapidamente e adentraram um taxi. Foram a um hotel de luxo e no caminho aos risos beijavam-se loucamente, como adolescentes conhecendo os prazeres da vida. Tinham em suas mãos mascaras com haste,s dessas venezianas. O taxista olhava furtivo e curioso pelo retrovisor para aquela cena. As roupas que elas vestiam lembrava uma novela de época qualquer do século dezoito. Ele até passaria, mas não sem ser notado. Chegaram ao hotel e a cena que se segue deixou todos do saguão paralisados. Não havia tanta gente, pois já passavam das vinte e três horas. Ele saiu do carro já com a máscara, elas em seguida da mesma forma. Ele foi até o atendente e pediu pela reserva. Nos segundos de inanição do atendente, elas faziam uma dança, olhavam-se, mascaradas, com os corpos colados de pura sensualidade. Elas pareciam se beijar com os corpos, olhos vidrados nos olhos numa dança quase mística. Pode-me da as chaves? O atendente despertou de seu transe ou ver a cena que lhe instigava. Olhou bem para o mascarado de fraque a sua frente como se estivesse vendo o ultimo ganhador da loteria. Passou demoradamente as chaves e voltou a olhar a cena que a esta altura já estava desfeita. Entraram no elevador aos risos. O quarto era amplo, a cama grande e tudo mais que se pode imaginar numa suíte de hotel de luxo.