Viajante!

Apenas encontrará o que procura nos meus domínios caso esteja ligado com o que mais desconhece sobre si.



quarta-feira, 16 de junho de 2010

Um Quinto de Palavras.

Eras vos querida memória, quer no tempo esgueirar-se, longo sair, que minha lembrança perdi para não deixar de sempre cometer, não ser consumido pelo pecado, na confusão da noite, duplo é o nosso perdão? Sentir calor para o nosso colar e colocar coberto mistério. Viver na jaula do será, que a máscara passeia velado, ó altiva dama caçada e mergulhada em profundo resoar cheio de catarse que embebemos de toda alegria com os desejos. Toda pátria cairá no mudo chocar de ventres etéreos, surdo, sabendo que o horizonte completo não nos faça sempre aqui, não mais que aqui, agora. Espelho do dia fluente vamos andando sem rumo colando dama sem classes covardes senlantes? Sabemos do rumo que nos envolve grandemente. Bandeira a entregar, solene confusão entregue sempre ao pavor da humanidade, quase corpo reluzente que troveja razoável num caminho que não pudemos só resgatar. O poço do segredo não desvela a pulsação, temos que preservar aquilo dos pares, pobres da magia material e passional. No tubo trafegamos tudo que temos avante que ficará na tristeza sem fim como sempre constatou. Hoje onde está, que vemos por não amantes do futuro, do espaço, do universo, claro vejo santo corpo, traço tudo dos joguetes fieis, são divinas as cinco, aos cálculos desveladores dos trabalhos nossos, ávidos cauteloso cativantes de desejos. Guerra sacudida por tambores, vem!

terça-feira, 8 de junho de 2010

O monstro e o eu

Sinto o monstro que habita o meu ser, decifrando-me, código a código, estremecendo o castelo do eu. Percebo o olhar risonho da fera invadir a fechadura, o olhar dessecante, delirante, desejante, odioso, vivo! Sedento de poder, poder querer, poder fazer, poder poder. O ar gélido que é sugado entre as frechas do castelo, envolve com fugor a besta pulsante, sentindo o flavor delicioso da vida, da qual o cavaleiro da verdade, o eu, auto intitulado rei, pois é construtor da realidade, e assim acredita, nega-se a responder. Aquilo que enoja esse nobre solitário é verdadeira delícia para o animal pulsante, a fera indomada. Os pilares que sustentam o castelo tremem quando a desejante por vida ouve o discurso de poder, a carne crepitante na fogueira depois de dias sem uma boa refeição, esse ancestral delira em explosões latentes de puro gozo. A respiração ofegante, a imaginação flutuante, o desejo incontrolável. Um toque, um gosto, o caçador persegue a presa, o cavaleiro luta por sua honra. E entre ambos se da uma interdição quase incomensurável. O selvagem corre por dentre as selvas de sua própria cabeça, o civilizado vive no mundo e o primata habita.

Inacabada...

Há tensão para toda a ação, todo gosto, possíveis olhares. Pudor construído em toda dimensão e planos. Há maior traição à vida quando vivida em quatro cantos, vedados, demarcados e sobre todos os nós? Não imagino espaço mais restrito que a castração de sonhos. A figura se recompõe e decompõe, beirando a materialidade, encerrada na gaveta estéria da mais íntima instância. Aos passos para a morte, no puro delírio do fim, da estrada viva que leva para o poço obscuro do encerramento de toda possibilidade. Caminhamos éteres em plena alienação, apagados, cegos de nós mesmos. Vamos assim, sempre alheios do mundo mesmo, o nosso, sem realizações. Os espaços em branco...