Viajante!

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quarta-feira, 18 de março de 2015

Terra à Vista!


Rego todo dia,
Mas não arrego dessa agonia,
De te ver contrariada,
Sem saber se é noite ou dia.
Ver você desajeitada,
Sem saber se chora ou da risada,
Dessa minha louca fantasia,
De andar na corda bamba,
No balanço desse samba,
Que ressoa disritmia.
E aquilo vai nascendo,
Entre a calma e o tormento,
De ter ou não o vento,
Pra que possa nos guiar.
A tempestade virá!
Raios, ventos, chuvas
E uma onda pitoresca tentará nos afundar.
Raiou o dia.
Fim dessa agonia,
Tempo calmo,
Céu aberto,
Só há pássaros a cantar.
Terra à vista e um alívio dentro do peito,
Que nos deixa assim sem jeito,
Sem forças para remar.
Onde está o vento?
Que calma nesse mar!
Sem um tempo turbulento
Fica impossível na praia chegar.
Vamos juntos enfrentar essa tortura
De querer a calma pura e a tormenta a navegar.
Brota da semente da esperança,
Que depois de tanta dança,
Mais fortes vamos ficar.
Além do mar e das estrelas,
Quantas aventuras,
Alegrias e tristezas,
É a fórmula da vida,
Aprendemos a remar e a regar,
Sem dar fim nessa agonia,
Que vem de dentro do peito e nos faz gritar:
Terra à vista! Podemos sonhar!

quarta-feira, 11 de março de 2015

Pobre Realidade


Na vida,
A cautela me espera,
Espreitando da janela cada passo não pensado e ensaiado para ela.
Mas a morte,
Rica em sorte,
Não espera a primavera,
Paga o preço sem miséria pra que eu possa me arriscar.
Cada fôlego emprestado,
Cada juros não contado,
Tende sempre a ser cobrado pela vida tão mesquinha,
Não descansa a me cobrar por sonhar sem planejar.
Oh, morte!
Parcela a minha dívida,
Paga as contas com a vida,
Pra que eu possa me lançar sem pensar no amanhã.
E nessa vida que me cobra cada gota,
Cada choque.
Ah, realidade!
Não me enche de vaidade,
Pois entre a vida e a morte só se paga com a sorte.
Sem crédito ou cartão,
A morte a paga à vista.
E a vida sai sorrindo,
Contente de verdade,
Contando a dedos curtos cada nota de vaidade,
Desejando com sorriso parcelar a realidade.
Pobre vida,
Mesquinha,
Miséria vivida à prestação,
Com crédito especial e faturamento de cartão.
E a morte, de fato, despreocupada,
Hoje não tem tudo,
Mas amanhã sonha em não ter nada.