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quarta-feira, 11 de março de 2015

Pobre Realidade


Na vida,
A cautela me espera,
Espreitando da janela cada passo não pensado e ensaiado para ela.
Mas a morte,
Rica em sorte,
Não espera a primavera,
Paga o preço sem miséria pra que eu possa me arriscar.
Cada fôlego emprestado,
Cada juros não contado,
Tende sempre a ser cobrado pela vida tão mesquinha,
Não descansa a me cobrar por sonhar sem planejar.
Oh, morte!
Parcela a minha dívida,
Paga as contas com a vida,
Pra que eu possa me lançar sem pensar no amanhã.
E nessa vida que me cobra cada gota,
Cada choque.
Ah, realidade!
Não me enche de vaidade,
Pois entre a vida e a morte só se paga com a sorte.
Sem crédito ou cartão,
A morte a paga à vista.
E a vida sai sorrindo,
Contente de verdade,
Contando a dedos curtos cada nota de vaidade,
Desejando com sorriso parcelar a realidade.
Pobre vida,
Mesquinha,
Miséria vivida à prestação,
Com crédito especial e faturamento de cartão.
E a morte, de fato, despreocupada,
Hoje não tem tudo,
Mas amanhã sonha em não ter nada.

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