Viajante!

Apenas encontrará o que procura nos meus domínios caso esteja ligado com o que mais desconhece sobre si.



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Segundos Derretidos

Qualquer tônico que me de força, qualquer raiz que traga alegria, um colo doce que produza esperança, um lugar que traga energia. Sangue em minha porta, chuva na janela, mensageiro sem resposta sobre a morte certa. Passos bem distante, uivos congelante, vem andando lentamente, uma alma deprimente. Sangue! Sangue! Silêncio. Passos bem distante, trovoadas alucinantes, dor, gritos, sussurros, ventos delirantes. Boca seca, olho ardente, sente o corpo estridente, cheiro azedo de si mesmo. Passos bem distante, chuva em minha porta, sangue na janela. Pinga morte, pinga sorte, pinga corte pela guela, pinga forte na janela. Brilha corte, brilha sorte, brilha morte pela guela.  Passos bem distante, tic, tac, tic, tac, abre a cena, traz a vela, queima a cara, queima a tela, queima ela! Pinga! Pinga! Silêncio, queima àquela!

domingo, 5 de junho de 2011

Na Janela da Sua Alma



Você sumiu, me procurou num momento que mais precisava, súbita e inesperadamente, você me procurou, mesmo sem saber que precisava, assim como a maioria dos nossos encontros, força de uma loteria onde a sorte era só nossa. Você me procurou como um anjo na calada da noite, em plena mudança, chegou e logo após sumiu. A sua visita dizia que esperava respostas, mas sumiu sem deixar rastros, contatos, sem ao menos uma única via de comunicação. O que restou? Um pano branco manchado dos seus sentimentos, uma janela de onde o mundo parou. Era mesmo um anjo, que de passagem em sua missão me encontrou e encantou e num estalo evaporou? Procurei, juro que procurei. Retornei mil vezes a janela esperando que o mundo retomasse sua vida, seu movimento. Mas foi em vão. Fiquei onde estava. Incrédulo. Escrevi nas paredes do nosso ultimo cenário como quem deixa pistas, migalhas de um biscoito saltitante, e acreditei a cada segundo que você desceria novamente do céu em que se encontra. Onde estará? Como estará? Ainda acredito que descerá! Quem sabe em um ano, quem sabe em dez? Enfim, te espero na próxima esquina, na próxima virada, no próximo ponto e espero não lhe deixar escapar tão fácil e subitamente.