Viajante!

Apenas encontrará o que procura nos meus domínios caso esteja ligado com o que mais desconhece sobre si.



domingo, 10 de fevereiro de 2008

Seja Feliz

Você acorda às onze da manhã depois de um reggae massa, curtiu, bebeu, ouviu boa música, reencontrou alguns amigos, saiu da rotina. Pensando um pouco na noite passada e em como ela foi realmente fantástica, você levanta da cama, pega a toalha e desce pra tomar um bom banho. Almoça em frente ao computador, conversa com alguns amigos, ouvi uma boa música. A noite de ontem foi boa, mas hoje tem mais e você sente isso. Amigas lhe chamam para ir a um local muito bom para um finalzinho de tarde de um domingo ensolarado. O pôr-do-sol é sempre bem vindo para coroar um final de semana daqueles. No meio da tarde sua afilhada quer lhe ver e com toda alegria do mundo você vai ao seu encontro. Ela lhe abraça, lhe beija e brinca com você. Ela e seus melhores amigos vão para o mesmo pôr-do-sol que as suas amigas. Passando em casa para pegar a viola, as pulseiras fosforescentes, você vai para esse pico curtir o seu final de domingo. Conversas, risos e brincadeiras. Todos vão. O carro está disponível, que bom! Vão de carro.
Reencontros, abraços, brincadeiras, pôr-do-sol. A sessão com a galera ta garantida e a cerveja, bem... A cerveja não tava lá bem gelada, mas fazer o que? O sol vai dizendo adeus, mas você sabe que é um até logo. Na viola algumas músicas entretém a todos e é você que está tocando. Todos cantam animados e o céu vai tomando aquela tonalidade escura, é a noite vencendo o dia. A beleza da paisagem é indescritível, a composição do mar, das ondas, das pedras, do céu, das nuvens e aquelas luzes que o sol insiste em mandar mesmo já tendo descido através das águas é simplesmente inenarrável.
Você ainda está cercado de amigos, mas alguns já precisam ir. Tudo bem, você entende, logo irá também.
Volta de carro e decide comer um pastel em uma pastelaria muito boa perto da praça onde iram dar mais um tempo para algumas conversas. Alguns amigos decidem ir com você e sua afilhada também vem. Vocês esperam os pasteis falando coisas bobas e descontraídas. Sua afilhada da um acesso de maturidade criticando as sandálias de outra menina e você se da conta que é uma mulherzinha, que elas são todas assim. Rindo não ver o tempo que vai passando e quando os pasteis chegam são devorados vorazmente. É realmente triste que sua afilhada de quatro anos não consiga comer o dela todo. Os tios vão ter que ajudar.
O dia vai chegando ao fim e, depois de uma boa conversa na praça, você vai pra casa.
Sentado no computador, depois de um dia desses, você olha pra noite escura e aveludada e pensa: está faltando alguma coisa.
Mas como está faltando alguma coisa? Você passou um dia no qual, do abrir os olhos ao chegar à casa a noite e ainda encontrar o computador vago, se divertiu e foi feliz a cada momento. Deu tudo certo, os horários foram cumpridos, você esteve com sua afilhada e seus amigos! Como pode simplesmente dizer “está faltando alguma coisa”? Tudo bem que é difícil se ter tudo, impossível talvez, mas aquelas ondas batendo na praia, o chiado do sol tocando o mar, amigos à vontade, sua afilhada encantada com as pulseiras fosforescentes e o sabor indescritível do pastel não foram suficientes para que pudesse se sentir completo? Ok! Talvez tenha sido a cerveja que não estava gelada, ou talvez... Não, o seu problema não é esse. Você não sente falta de algo e sim de alguém. Talvez você saiba quem é esse alguém, talvez não. Talvez esse alguém saiba que você sente essa falta, talvez não.
Você pode até ter razões para se sentir assim, ter alguém ao lado que você ame e tudo mais é simplesmente maravilhoso. Caso você estivesse com essa pessoa, no final da noite talvez você nem sentisse que o dia foi completo, mas sem esse alguém é quase certo que esse sentimento de falta lhe acometa.
Sendo como for eu queria que você pensasse um pouco nas coisas que fez e imaginasse as coisas que ainda fará. Você sabe como o mundo é fantástico e já teve provas de que o tempo é uma porta que lhe leva sempre para um ambiente diferente e nesse novo ambiente tudo isso pode mudar. Mas agora, pense bem em tudo que fez e em vez e de ficar procurando o que esta faltando. Diga a si mesmo:

Hoje eu fui feliz com tudo que tenho.

Realmente muito feliz.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Dance!

Estava outro dia com uns amigos numa dessas festas Rave. A principio parecíamos um bando de loucos em um ambiente escuro, com luz negra e aquele som eletrônico rolando. Tudo bem, eu estava lá, curtindo, dançando, mas por alguns minutos comecei a pensar no significado que tinha aquilo tudo. Eram pessoas aparentemente jovens dançando freneticamente ao som de uma batida compassada, vibrante e repetitiva. Corpos que se balançavam num ritmo que estava longe de ser uma coreografia. Cada qual dançando da sua maneira, do seu estilo.
Pareciam robôs dançando ao luar, como num culto de uma tribo antiga. Sim, era uma tribo e faziam o seu ritual dançante. E quando havia o êxtase, eles gritavam, nós gritávamos, sem saber ao certo por que. Era aquele o momento e todos sabiam.
Ao som daquela música de ritmo acelerado todos pareciam ouvir a mensagem, mas eu me perguntava, que mensagem? Será isso o subliminar? Talvez um DJ tenha sido indagado por uma repórter maldosa a cerca do que aquela música estranha queria passar, logo que surgiu nas ultimas décadas, e simplesmente ele pode ter respondido: a mensagem é subliminar.
Eu particularmente, enquanto dançava, não entendia muito bem que mensagem era aquela, a única coisa que podia entender daquele som louco era: dance! E assim eu o fazia, assim todos faziam, sem se importarem se os seus passos estavam bons ou ruins. Eram apenas deles.
Uma música acaba, gritos e ovações surgem da escuridão esbranquiçada da tenda armada. Alguns respiram, outros lembram que podem respirar. Fico pensando que deve ser por isso que dizem ser um som para robôs. A música recomeça, é difícil saber se é outra ou a mesma, mas todos sabem e aquela agitação recomeça.
A madrugada ia se apresentando e os corpos não paravam de se mover para todos os lados quantos pudessem existir. Logo não sabia bem o que estava fazendo, movia-me num movimento repetido e o som ficava cada vez mais louco, não sabia se a loucura saia de mim ou do próprio som.
Se não fosse o cansaço talvez nunca estivesse saído daquele mundo louco que se passava na minha cabeça. Fiquei descansando e observando as pessoas que continuavam a dançar, para elas aquilo não havia fim, pareciam ouvir um chamado que vencia o cansaço físico e mental.Entendi que aquele som era igual à eletricidade. Muito utilizada, porém pouco entendida. Talvez no futuro as pessoas se comuniquem através desses sons. Talvez seja apenas viagem minha.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Traços Antropológicos

Já é carnaval cidade;
Acorda pra ver;
Os meninos passando fome;
Sem ter absolutamente nada;
O que beber.


O tempo é cíclico e em espirais.
Ele não se repete, mas vários pontos se assemelham.
O tempo irá passar e o homem continuará a alimentar-se da guerra e elas vão ser sempre por energia ou territórios.
Sempre haverá uma camada que manda e vivi o melhor da sua época.
Enquanto a maioria trabalha e sustenta esses poucos no poder.
Quando a razão faltar, o homem sempre partirá para os seus instintos, por mais que esses o chamem de pulsão.
As mulheres estarão sempre cuidando das suas crias.
O homem depois de um dia cansativo de caçada/trabalho, se recolhe a contemplar o fogo/TV.
Calado.
Concentrado.
Pensando em resolver os problemas no outro dia.
Enquanto a mulher quer lhe mostrar o avanço das crianças, as coisas feitas por elas no dia-a-dia.
Falando pelos cotovelos.
Esses são traços antropológicos.