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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Dance!

Estava outro dia com uns amigos numa dessas festas Rave. A principio parecíamos um bando de loucos em um ambiente escuro, com luz negra e aquele som eletrônico rolando. Tudo bem, eu estava lá, curtindo, dançando, mas por alguns minutos comecei a pensar no significado que tinha aquilo tudo. Eram pessoas aparentemente jovens dançando freneticamente ao som de uma batida compassada, vibrante e repetitiva. Corpos que se balançavam num ritmo que estava longe de ser uma coreografia. Cada qual dançando da sua maneira, do seu estilo.
Pareciam robôs dançando ao luar, como num culto de uma tribo antiga. Sim, era uma tribo e faziam o seu ritual dançante. E quando havia o êxtase, eles gritavam, nós gritávamos, sem saber ao certo por que. Era aquele o momento e todos sabiam.
Ao som daquela música de ritmo acelerado todos pareciam ouvir a mensagem, mas eu me perguntava, que mensagem? Será isso o subliminar? Talvez um DJ tenha sido indagado por uma repórter maldosa a cerca do que aquela música estranha queria passar, logo que surgiu nas ultimas décadas, e simplesmente ele pode ter respondido: a mensagem é subliminar.
Eu particularmente, enquanto dançava, não entendia muito bem que mensagem era aquela, a única coisa que podia entender daquele som louco era: dance! E assim eu o fazia, assim todos faziam, sem se importarem se os seus passos estavam bons ou ruins. Eram apenas deles.
Uma música acaba, gritos e ovações surgem da escuridão esbranquiçada da tenda armada. Alguns respiram, outros lembram que podem respirar. Fico pensando que deve ser por isso que dizem ser um som para robôs. A música recomeça, é difícil saber se é outra ou a mesma, mas todos sabem e aquela agitação recomeça.
A madrugada ia se apresentando e os corpos não paravam de se mover para todos os lados quantos pudessem existir. Logo não sabia bem o que estava fazendo, movia-me num movimento repetido e o som ficava cada vez mais louco, não sabia se a loucura saia de mim ou do próprio som.
Se não fosse o cansaço talvez nunca estivesse saído daquele mundo louco que se passava na minha cabeça. Fiquei descansando e observando as pessoas que continuavam a dançar, para elas aquilo não havia fim, pareciam ouvir um chamado que vencia o cansaço físico e mental.Entendi que aquele som era igual à eletricidade. Muito utilizada, porém pouco entendida. Talvez no futuro as pessoas se comuniquem através desses sons. Talvez seja apenas viagem minha.

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