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terça-feira, 8 de junho de 2010

O monstro e o eu

Sinto o monstro que habita o meu ser, decifrando-me, código a código, estremecendo o castelo do eu. Percebo o olhar risonho da fera invadir a fechadura, o olhar dessecante, delirante, desejante, odioso, vivo! Sedento de poder, poder querer, poder fazer, poder poder. O ar gélido que é sugado entre as frechas do castelo, envolve com fugor a besta pulsante, sentindo o flavor delicioso da vida, da qual o cavaleiro da verdade, o eu, auto intitulado rei, pois é construtor da realidade, e assim acredita, nega-se a responder. Aquilo que enoja esse nobre solitário é verdadeira delícia para o animal pulsante, a fera indomada. Os pilares que sustentam o castelo tremem quando a desejante por vida ouve o discurso de poder, a carne crepitante na fogueira depois de dias sem uma boa refeição, esse ancestral delira em explosões latentes de puro gozo. A respiração ofegante, a imaginação flutuante, o desejo incontrolável. Um toque, um gosto, o caçador persegue a presa, o cavaleiro luta por sua honra. E entre ambos se da uma interdição quase incomensurável. O selvagem corre por dentre as selvas de sua própria cabeça, o civilizado vive no mundo e o primata habita.

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