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domingo, 4 de abril de 2010

Dever, Poder e Querer

É sempre aquela sensação iminente, latente, de que tudo vai se desorganizar, ou que se organizará de outra forma, fora da norma, da regra, do sistema. Porém há a infeliz certeza da verdade de que nada acontecerá, agonizante verdade sustentada por uma vontade traidora, pacificadora de tudo que existe, menos do sujeito desejante. A absoluta certeza da verdade é aquilo que angustia, que castra as possibilidades de metamorfose, de toda fantasia, de todo corpo, inclusive da imaginação. Essa falta controlada, rédias curtas da razão e da emoção de que serve a vontade, na verdade apavora tal sujeito imperativo e imperador das leis que regem a moral particular e universal. É assim que esse eu domestica-dor aplica no eu desejante a domesticação que recebeu e idealizou dos outros, tornando esse imperativo em um ideal do eu. Mas como a vida é em sua existência um combate entre forças na busca pelo poder, cria-se no cerne individual um campo de batalha onde a paz só é possível quando a verdade não existe e os maniqueísmos são deixados de lado. É nesse momento que nada pode ser dito ou pensado, quando o silêncio é ouvido e sentido e que o sujeito desejante aflora, dono de si e de seu querer, deixando de lado o estandarte da vontade e pulando, saltando e voando ao encontro do seu vazio, seja através do corpo, da fantasia simbólica ou da livre imaginação.

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