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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Elogio à Melancolia


Tempo, temporal e tempestade
Uma gota de chuva, vento e ventania
Estático movimento, lento e sem alento
As árvores percebem e não há pássaros a cantar
As ondas do mar se agitam
Os gatos e os ratos meditam
Tudo fica calmo e tranquilo
O vento atrasa e o ar esquenta
Cachorro em baixo do sofá
Mormaço e quarentena
O sol se embota...
O chão fica escuro e o céu fica claro
Tudo fica cinza e o mar fica calmo
Outro balanço...
E no meio de um lamento
Raios e trovões!
Visão e audição somem por um momento
Céu mais claro que o dia
Engole um seco e traga a alma
O ar desaba em gotas
Recheadas de sintonia
Preparam-se enquanto caem
Para sua mais nova harmonia
Cada gota que explode solta uma nota de magia
E em segundos temos uma triste melodia
Onde o vento é o maestro que ordena essa agonia
Cada estouro! Cada sopro!
Cada gota diz um pouco de como será o dia
Linda sinfonia! Que ressoa no telhado...
No passar do carro, escorrendo no vidro embaçado
Não se escuta mais o dia, só um triste soneto de melancolia
Um alento e um tormento
Com o rosto em uma janela
Perco-me nelas de vista
E fico ali pensando...
Como pode uma canção
Ser tão triste e tão bela?

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