Cheguei atrasado na festa;
Não vi você chegar;
Tanta gente desconhecida havia;
Que nem ao menos lhe vi passar.
A noite foi passando;
A ansiedade aumentando;
Um gole indo e o outro chegando.
Eram pessoas estranhas;
Muita gente que não conhecia;
Mas isso não é preciso;
Para entender suas relações;
O rapaz cantando a garota;
O garçom com raiva da moça;
Os olhares que se passavam;
Se cruzavam, numa procura sem fim.
Finalmente o traço dela;
Tão rápida quanto a chama de uma vela;
Dissolvida entre sorrisos;
Dissimulando olhares;
Sumia entre sombras e assédio;
Estava entre uma coisa e outra;
Sempre presa entre duas questões;
Não se resolvia, não se equacionava;
Muito acertava, mas pouco pontuava;
Qualquer assunto a interessava;
E não se interessava por nenhum;
Perdida em qualquer lugar;
Entre o passado e o futuro;
Gargalhava alegremente;
Com relances de tristeza.
Quebra-se um copo!
Surpresa geral...
Entediado, olho para o lado;
Há uma gata a me espreitar;
Escondida sob moitas...
E a dona da festa?
Perdida e orientada;
Sozinha e cercada;
Sem saber se esconde-se ou se mostra;
Espalha-se em fumaça e brilho;
Ou se esconde nas sombras;
Falante e calada;
Nada vê da cena que passa;
Onde saiu de fininho...
Atrás do miado da gata.
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